Ninguém desbeiçou por aí, não consertou o fogão de lenha do seu casebre no
pé-de-serra, cedeu território para assaúvas. Além da vacas que invadiram o terreno
e paparam seu pé-de-canã, feijão de corda e outras leguminosas. Babavam elas entre
golpes sobre as "lábiadas", compostas, cambuquiras. Após tamanho estrago elas
depositaram sua contribuição bem perto da cerca viva. O saci fez muitas estrepolias
naquela tarde de inverno, o vento assovia incessantemente, é tempestade que se anuncia. O "Zôtro" não chegou a tempo, tem vespeiro lá pras bandas da porteira - não
cutuca - vespa é vespa, ora essa!. Diz que nunca tomou paracetamol, não sabe o que é
isso, sabe que pro sê ta bem, é só tomar chá de alfavaca com cidrão na hora de dormir
ou alumã na zonzeira do digestivo. O "Zôtro" é sério como ostra, mesmo assim tenta
dialogar com "Ninguém". Ah! esse tem idéias de "Magritte" que com sua arte reciclou seu universo. Não é lelé, vai inventando moda com a borra do café. Gerencia a free-
montain. Comanda a entrada e saídas dos cupinzeiros. Margaridas gigantes explodem por todos os lados da paisagem, amarelando o céu azul pálido. "Ninguém" ama o verde,
está cada dia mais silvestre. Quando vivia na cidade grande conviveu com banderantes
xavantes, tucanos, ipanemas e outros teco-tecos. Catava bananas no Mercado Municipal e saia correndo. Só fazia traquinagens - Quando via Amâncio vagando pelas
ruas da Vila Maria, gritava: - Amâncio peido, Amâncio Peidoo!!! Aquilo sim deixava
Amâncio loco. Depois disso "Ninguém" corria e ao mesmo tempo gargalhava - engrossou a perna de tanto correr. Levou muita taquarada e jogou muita pedra por cima do muro sem saber onde poderia cair. Cortou muitas pipas da molecada. Sua grande sorte é que não pipou. "Ninguém" não vai por ai (a toa) tem um propósito, uma meta, uma física. Agita-se as partículas de paina, algodoam o céu e flutuam na brisa.
A linha vai chegando no fim da lata e o progresso ainda coiceia a vida.
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